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IA e arqueologia: como a tecnologia está revelando segredos do passado

  • fevereiro 28, 2025
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IA e arqueologia: como a tecnologia está revelando segredos do passado

Ferramentas de inteligência artificial auxiliam pesquisadores a encontrar e proteger sítios arqueológicos e identificar desenhos e textos de civilizações antigas; entenda

Combinando aprendizado de máquina, imagens de satélite e modelagem preditiva, a Inteligência Artificial (IA) está permitindo descobertas sobre o passado que antes levariam décadas. Algoritmos avançados já ajudaram na tradução de um pergaminho de 2 mil anos, carbonizado após uma erupção do Vesúvio, por exemplo. Além disso, a IA está sendo usada para mapear sítios arqueológicos em risco ambiental na Amazônia. Outros casos também demonstram o potencial dessa tecnologia, como a identificação de novos geoglifos nas Linhas de Nazca, no Peru, a identificação de sítios arqueológicos no deserto de Rub’ al-Khali, na Península Arábica. A seguir, descubra como a inteligência artificial está impactando a arqueologia, permitindo identificar vestígios ocultos de civilizações antigas.

Pergaminho carbonizado pelo Vesúvio há mais de 2 mil anos

Recentemente pesquisadores anunciaram que um pergaminho carbonizado há mais de 2 mil anos havia sido recriado digitalmente por meio da aplicação de diversas tecnologias, incluindo inteligência artificial. O documento foi queimado após erupção do Vesúvio, vulcão que destruiu a antiga cidade romana de Pompeia.

Segundo os pesquisadores, o manuscrito provavelmente foi escrito pelo filósofo epicurista Filodemo. Foram feitas tomografias computadorizadas de alta resolução no material e agora a IA auxilia os pesquisadores a decifrar fragmentos que podem revelar o seu conteúdo. A primeira palavra identificada foi equivalente a “roxo”, em grego. Pelo menos quinze trechos já foram reconhecidos e, em breve, serão organizados para formar um texto coeso.

Proteção de sítios arqueológicos na Floresta Amazônica

O projeto Maphsa (Mapeamento do Patrimônio Arqueológico Pré-Colombiano da América do Sul) está desenvolvendo modelos de inteligência artificial para identificar e proteger sítios arqueológicos em risco, especialmente na Floresta Amazônica. Com imagens de satélite de sítios já documentados, os pesquisadores criam uma base de dados para treinar a ferramenta, permitindo que a IA detecte novas localizações com sinais de ocupação. O Maphsa também desenvolve um sistema que analisa padrões na vegetação para identificar interferências humanas ao longo do tempo. No entanto, os pesquisadores reconhecem que a IA ainda precisa ser adaptada a diferentes regiões para garantir resultados mais precisos.

Descoberta de 303 novos geoglifos perto das Linhas de Nazca, no Peru

Em setembro de 2024, arqueólogos da Universidade de Yamagata, em parceria com a IBM Research, usaram inteligência artificial para identificar 303 novos geoglifos perto das Linhas de Nazca, no Peru. Geoglifos são grandes desenhos ou padrões criados no solo por meio da remoção de pedras e camadas de terra.

As ilustrações de Nazca estão entre as mais conhecidas, mas há outras espalhadas pelo mundo, inclusive no Acre. A IA analisou grande volume de dados geoespaciais coletados por drones, mapeou padrões e localizou figuras que seriam difíceis de detectar a olho nu. O método acelerou um processo que levava anos em apenas seis meses. Os novos geoglifos, datados de 200 a.C., retratam animais, figuras humanas e cabeças decapitadas e, segundo os pesquisadores, provavelmente estavam ligados à vida cotidiana.

Localização de sítios arqueológicos no deserto de Rub' al-Khali

Pesquisadores também estão utilizando IA para localizar sítios arqueológicos ocultos no deserto de Rub’ al-Khali, em Abu Dhabi, uma região inóspita e difícil de explorar. Com análises de imagens de satélite, modelagem preditiva e aprendizado de máquina, foi possível identificar padrões no terreno que podem indicar vestígios de civilizações antigas. O novo método acelera o processo de descoberta e reduz custos, já que tradicionalmente a identificação de novos sítios exige longas expedições e escavações demoradas, com alta margem de erro. Além de facilitar a busca por evidências do passado, a tecnologia também permite explorar regiões remotas, que não eram estudadas antes devido a limitações logísticas.

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